DISCURSO
DE IR. SALETE AO RECEBER O TÍTULO DE CIDADÃ FEIRENSE.
Exmº senhor presidente da câmara
municipal de feira de santana, ver. Antonio Carlos passos Ataíde. exmº dr. Tarcízio pimenta, prefeito da nossa cidade, e em vossa senhoria saúdo as demais
autoridades, civis, militares e eclesiásticas aqui presentes, saúdo minhas
irmãs de congregação, as religiosas das diversas congregações que aqui se
encontram. membros da minha família, os acadêmicos da Uniderp, povo de deus aqui
reunido, de modo especial a comunidade do bairro liberdade.
como religiosa consagrada que sou,
recebo este titulo com humildade e espírito de gratidão, com muita
surpresa e também com alegria, pois a
minha vida está toda ela dedicada ao serviço e ao bem do próximo, é esta a
centralidade da minha vocação e missão. Emociono-me por esta homenagem
especialmente porque a recebo em meu nome, porém tenho consciência que não é
exclusivamente por meus méritos, não realizo nada sozinha, sempre tive a
colaboração e o apoio das minhas irmãs de congregação, dos benfeitores, do povo
do bairro liberdade, bem como de todos que comigo construíram esta
possibilidade.
Quero agradecer primeiramente a Deus
pelo dom da minha vida e por ter me elegido para esta vocação, a qual a cada
dia procuro responder com amor e fidelidade.
Agradeço a meus pais, hoje já
falecidos, Sr. Osvaldo José Prata e Maria Madalena Prata pelos seus
ensinamentos e princípios, pela educação que me deram e que norteia a minha
vida. Minha eterna gratidão. aos meus queridos irmãos que são exemplos de vida
e que preservam os valores da união, do respeito e do bem querer, meu muito
obrigada.
Agradeço ao autor do projeto,
vereador licenciado Dr. Alcione Cedraz, hoje secretário de cultura, esporte e
lazer, pela iniciativa, e aos seus pares que por unanimidade reconheceram o
trabalho das irmãs ministras dos enfermos em feira de santana, de maneira
especial no bairro Liberdade.
Agradeço ao povo do bairro liberdade
que nos acolheu e regaçando as mangas começamos a transformar sonhos em
realidade, sonho que está presente na vida e na fé de cada um. foi naquele pedaço
de chão que como congregação começamos a liberar a vitalidade do nosso carisma
em terra feirense, carisma do amor misericordioso para com os doentes e os que
sofrem. Neste momento, lembro as palavras da Madre Teresa de Calcutá “o que
fazemos é como uma gota d´água no oceano, mas sem ela o oceano seria
menor”. Cada pessoa tem seu carisma
próprio e imprime na historia a sua marca de luta, de busca pelo bem do seu
povo. esta é uma historia de amor sem fim que traz escrita nos corações muitos
nomes de colaboradores, que tem estendido sua mão para somar em nossa luta na
perspectiva de promover a vida, mediante recursos e projetos que lhes traga
esperança de dias melhores apontando para
uma nova luz no horizonte da vida de todos que são favorecidos.
Vivemos num sistema capitalista onde
o país vive o maior número de concentração de renda e desigualdade social. É urgente um maior senso de humanização que implique libertação de todas as
opressões, e crescimento das possibilidades concretas na realização das exigências
de sua própria dignidade. Profetizar é mais do que denunciar erros é
colocar-se a favor da verdade e da justiça, com o exemplo de serviço e promoção
do bem da pessoa humana.
Assim são os nossos serviços:
inseridas no meio dos pobres, participamos na marcha dos inconformados com
tantas situações que lhes roubam a dignidade e subjetividade: crianças que
dormem com fome, jovens envolvidos nas drogas, pais de família desempregados,
idosos desassistidos.
Sabemos que muitas medidas já estão
sendo tomadas, porém, se faz necessário uma maior implantação de políticas
publica que assegure os direitos, onde todos possam ter voz e vez.
Estamos como congregação, celebrando
60 anos de presença e dedicação em terras brasileiras. É graça de Deus ter
recebido a melhor parte da herança: cuidar dos doentes, dos enfermos e dos
pobres mais necessitados.
Glórias e ação de graças a deus e o
nosso sincero agradecimento uma vez mais por este gesto de grandiosidade, que
vingue como sementes novas de um tempo novo em nosso bairro, em nosso
município.
Morar em feira de santana não é uma
opção de vida é uma dádiva de deus. Há muitos anos já me considerava baiana
por ter morado em salvador durante a minha infância, e por amar esta cultura
tão rica e singular, aprendi que terra boa é a que lhe acolhe e trata bem, aqui
eu me sinto muito bem e enquanto deus permitir que eu esteja nesta cidade,
continuarei “incomodando” em busca de mais projetos, não obstante as
dificuldades que se fazem presentes dia-a-dia, batalhar é o meu fascínio, e
desde cedo a vida me ensinou a lutar pela sobrevivência, quando com minha
saudosa mãe viajava de pau de arara para diversas feiras em diferentes cidades
a fim de negociar, veja que maravilha! parece até coincidência! de feirante, me
torno feirense, e de feira em feira, cidadã!. obrigada!!!
Ir. Salete
Irmã Ministra dos enfermos de São
Camilo